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sábado, 20 de fevereiro de 2010

Um monte de coisas que eu queria desabafar e não posso...

AH! Como a convivência é difícil! Incomoda e inquieta quando tentamos apaziguar e acabamos por eclodir numa guerra! AH! Se tudo que sentimos e pensamos pudesse ser metamorfoseado em palavras e em poesia clara e limpa, tal qual as parnasianas o faziam com a natureza morta. Haverei de questionar, contradizer-me, sofrer, me desentender e brigar inutilmente para concertar um texto mal falado, mal remendado e, por fim, mal entendido.
Me pergunto onde comecei a me diferenciar no aspecto sexual, porque de resto sempre fui diferente. Talvez depois da queda das figuras de pai e mãe perfeitos e indestrutíveis, talvez mais depois, com a primeira mulher mais velha e bonita, independente, decidida, artista, professora... Talvez mais depois ainda, com filmes, vídeos, roupas, brincadeiras entre amigas, enfim, a questão talvez não seja por que eu fui propicia a ser gay, ou porque eu aceitei o fato depois de crises existenciais por mais de 2 anos, alguns julgam pouco, eu julgo demais. Eu nunca fui preconceituosa com relação a quase nada, nunca aceitei conceitos prontos, sempre quis adotar os que me pareciam mais lógicos, apesar de ser péssima em exatas, sempre que não encontrava tais conceitos eu os elaborava eu mesma, para meu uso e compreensão das coisas relativas à vida humana. Sim, eu me sinto deslocada da vida humana, não porque sou lésbica, mas porque sou sismada com tudo que vejo e que ouço. Eu pergunto demais, às vezes até besteira, sou teimosa, MUITO!
Me apaixonei por uma mulher lésbica, bonita do seu jeito. Sofri, abdiquei pois, não era o bastante. Não compensava o sofrimento. Era doloroso ver que a vida dela era terrível devido à sua própria imagem firmada. Será que é mais fácil já nascer com todos os adultos vendo que você está no corpo ''errado'' ou será que mais fácil é encontrar-se dentro de uma boneca adequada e bem situada no seu corpo ''certo'' com hábitos ''certos'' e paradoxalmente tendenciosa-mente desviada? Era e é, doloroso ver sua Mãe descredibilizá-la, mentir para seus irmãos e seu Pai, isso tudo porque vc namora uma estranha ... Eu jamais sobreviveria num relacionamento sem alicerces. Isso porque sou jovem, sou confusa, não estou pronta, nem vou me apressar para provar a alguém sobre quem eu sou.
TUDO VALE A PENA SE A ALMA NÃO É PEQUENA
Fernando Pessoa Não me arrependo do que fiz, nem do que sou.
Choro... Não por estar infeliz, mas por medo do futuro. Não por estar sozinha, pois, apesar de tudo, tenho sorte, sou cercada de Amor, de Mestres, de Pais. Choro por medo do inevitável, do desconhecido, dos enganos da vida, dos amores doentes, dos amores fracassados, CHORO COPIOSAMENTE, não por me sentir suja, mas por me sentir frágil. É, as vezes tomamos poemas como nossos, porque parecem nossos. Poemas são a recorrência mais fácil dos desesperadamente emocionados.
Desculpa,
Tudo que vivi foi profundamente...
Eu te ensinei quem sou...
E você foi me tirando...
Os espaços entre os abraços,
Guarda-me apenas uma fresta.
Eu que sempre fui livre,
Não importava o que os outros dissessem.
Até onde posso ir para te resgatar?
Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade...
De me inventar de novo.
Desculpa...se te olho profundamente,
Rente à pele...
A ponto de ver seus ancestrais...
Nos seus traços.
A ponto de ver a estrada...
Muito antes dos seus passos.
Eu não vou separar as minhas vitórias
Dos meus fracassos!
Eu não vou renunciar a mim;
Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser
Vibrante, errante, sujo, livre, quente.
Eu quero estar viva e permanecer
Te olhando profundamente."

Eu e ela nos confundimos neste verso, não sou eu nem é ela, mas parece com nós duas juntas.
E já que já me estendi por demais, deixo um poema de toquinho, que parece meu, e parece comigo, parece com os Mestres que passaram e passam pela minha vida, portanto, nada mais justo que dedicá-lo à mim mesma e à eles!

Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída
Como é por exemplo que dá pra entender
A gente mal nasce e começa a morrer
Depois da chegada vem sempre a partida
Porque não há nada sem separação

Sei lá, sei lá
A vida é uma grande ilusão
Sei lá, Sei lá
A vida tem sempre razão

A gente nem sabe que males se apronta
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe
E o sol que desponta tem que anoitecer
De nada adianta ficar-se de fora
A hora do sim é o descuido do não

Sei lá, sei lá
Só sei que é preciso paixão
Sei lá, sei lá
A vida tem sempre razão


Candy, me desculpe usar este espaço para falar de outra Mulher que não é você, mas eu não tenho argumentos, só isso que deixei nas linhas anteriores e minha fé na sua compreensão.

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