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sábado, 20 de fevereiro de 2010

"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante..."

"O poder de ser feliz: 9 dias", "Aprenda a viver em 7 passos e a morrer em apenas 1", "Amadurecimento instantâneo para gregos e troianos", etc.

Infinitos são os títulos de auto-ajuda que se fazem presentes em nossas cabeceiras, o antigo romance da banca mais próxima foi substituído pela necessidade de ser feliz, pela falta de auto-estima.
Nossa sociedade insiste em criar a imagem de máquinas humanas: seres perfeitos, seguros e indestrutíveis. Essa mensagem nos é passada e se choca com nossa natureza de borboletas indecisas em "ser ou não ser": quem sou, lagarta, crisálida, borboleta?
Precisamos aceitar as mudanças q sofrem o espírito e o corpo durante a vida, aceitando-nos plenamente. Mas, e quando fugimos do estereótipo? ...
Quando me descobri homossexual, minha auto-estima foi a zero, ou melhor, a mil negativo. Eu não me suportava: como permanecer no mesmo corpo com alguém que não me é conveniente?
Pela minha pouca auto-estima, eu me afirmava a todo tempo, precisava da adimiração dos outros para ver as qualidades que, só, eu não conseguia. Eu me amava apenas quando outro me amava, através de elogios. A sustentação de meu "eu" estava no próximo, não em mim, o que é o mesmo de não possuir base alguma, castelo de areia. No fundo, eu me sentia uma incapaz, rebelde sem causa e inferior às minhas amigas.
Mudei, cresci.
Descobri que o amor próprio é o maior bem e é onde fundamenta-se nossa verdadeira felicidade.
"Ame ao próximo como a si mesmo"
Como amar ao próximo se eu não me amo?
Amor é entrega. Não só de corpo, mas principalmente de alma. Não existe meio termo: não é possível pisar apenas com um pé nesse terreno, pois logo já estamos com as duas pernas, os braços, os olhos, a mente e o coração.
Se meu "eu" não tem fundamentos, como vou entregá-lo a alguém?
Fundamentar-se não quer dizer ter ideias rígidas, mas sim, ter segurança para "ser" livremente. É a aceitação de nossa eterna metamorfose ambulante:
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"Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Eu quero dizer
Agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
Eu vou desdizer
Aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha velha velha velha velha
Opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo"
(Raul Seixas)
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Hoje já consigo olhar diretamente meu reflexo ao espelho. Gosto de garotas? Sim, gosto. Sou lésbica? Não sei! Mas, e daí? Cansei de rótulos! Meu amor próprio não pode ser sustentado por apenas alguns adjetivos. Sou mais complexa do que supõe os liguistas!
Volto a me adimirar ao espelho: eterna crisálida...
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