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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Auto-aceitação

"Tira, a máscara que cobre o seu rosto
Se mostre e eu descubro se eu gosto
Do seu verdadeiro jeito de ser
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Ninguém merece ser só mais um bonitinho
Nem transparecer consciente inconsequente
Sem se preocupar em ser, adulto ou criança
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O importante é ser você, mesmo que seja, estranho
Seja você, mesmo que seja bizarro bizarro bizarro
Mesmo que seja, estranho, seja você, mesmo que seja" [Pitty - Máscara]
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Ainda não me aceitei, tenho consciência. Existem dias em que me olho no espelho sem grandes pesares, tenho vontade de me assumir, mostrar ao mundo e à minha família quem sou, sem medo de ser feliz ou triste. Entretanto, há outras vezes que quero desaparecer, talvez uma fuga impossível através da evaporação e condensação num futuro menos cruel para os homossexuais, tenho vontade de me tornar um grão-de-areia que de tão ínfimo, a brisa leva, sem saudades de suas irmãs. Mais uma na multidão; e, na realidade, é o q eu sou. Todos nós somos descartáveis para o mundo e insubistituíveis para nós mesmos, não consigo visualizar as criaturas e seus feitos fora da minha própria ótica; pena que ando daltônica. Quase não vejo cores, pois minha vida me sobrecarrega de tal forma que curvo as costas e olho apenas o chão e suas pedras.
Sair do velho armário embolorado, qual o meio? A aceitação. Preciso conviver com os preconceitos do mundo ocidental, porque, o que me machuca, não é ser lésbica, sim a repercussão desse fato. O que pode me acontecer?
E meu próprio preconceito, como vencê-lo? Vecendo a sociedade que existe dentro de mim. Cada um carrega consigo as marcas de nossa criação homofóbica: para vencer-me, venço o mundo.
Combato a sociedade, pois, neste instante, e isso me doi: minha edificação quanto a conceitos é demolida, por conseguinte, brigo com meu meu "eu" mais profundo: "Não deixem aflorar seus monstros, crianças!" diria um velho médico hipócrita.
Como minha família vai reagir? Lembro-me agora do olhar desesperado de minha mãe quando procuro ter algum diálogo plausível sobre minha sexualidade. Ela diz: "Olha, eu acho o seguinte..." então respira fundo, sinto sua angústia, olha em torno buscando circunlóquios, então encontra as melhores palavras. Ela é uma pessoa maravilhosa e procura me aceitar! Quem dera se todos pensassem como ela... Para meus tios, primos e avós postiços: sou a criancinha da família, como é possivel crer q um "bebê" tenha desejos tao "perversos"?
Por isso, fujo de minha sexualidade, procuro me preocupar com física, matemática, química... Até me distraio por algum tempo, porém, quando menos espero, passa alguma garota atraente e perco a ordem de meus pensamentos. Não é possível fugir de nós mesmos! Sim, terei q me suportar até o fim de meus dias, q seja uma boa convivência, não?
Como encontrar meu equilíbrio interior? Descobrindo-me guerreira através da luta cotidiana contra o preconceito remanescente. Torno-me forte admitindo minha fraqueza, sinto tanta solidão... mas sei que para encontrar alguém tenho primeiro que me encontrar e, para amar de verdade, busco o amor-próprio e a aceitação de minhas singularidades.
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