Hoje, de manhã, eu me surpreendi ao chamá-lo de "pai". Essa palavra me soou tão estranha quanto alemão. Na mesa de uma churrascaria à noite, descobri o porquê de tal estranhamento: ele tambem disse q nunca se sentiu meu pai, mas meu amigo. Talvez, algum confidente em potencial. Além disso, disse-me q gostava de mim não por eu ser sua filha, sim pela pessoa q eu sou, entretanto há uma característica que ele não adimira em mim: vejo a mundo pelo seu lado obscuro, a tragédia, a busca por respostas q não existem.
Então, vi: eu complico demais a vida!
A racionalidade não existe! É algo abstrato, invenção do ser humano. Na natureza existe: água, pedra, fogo, instinto. Nada mais. Aliás, a racionalidade é a evolução do instinto, sua confusão.
Tudo é simples: 1+1 não é 2, é nada! Esse "nada" seria zero? Não, seria as reticências, que por dizer tudo, não dizem nada, que é o mesmo.
O mundo nos revela toda a racionalidade na forma do irracional. Para eu me compreender, eu tenho que me entregar a mim, a quem sou realmente. Difícil? ...
Havia uma sábia velhinha benzedeira, já falecida, em minha terra natal, que dizia: "Pr'a gente viver, a gente gasta tão pouco!" Grande verdade.
Eu não preciso saber quem eu sou: sou.
O q importa é a terra, a água, a pedra e o ar. Ver tudo isso germinar, sentir a perfeição, e por não entender, compreender a magnitude da vida, "ser".
.Meu pai criticou tambem meu gosto literário, segundo ele, Clarice é o cúmulo da depressão, do drama e pessimismo. No fundo, tanto ele quanto ela falam sobre o mundo, só com visões diferentes. Todos nós vemos o ovo, mas o ovo é diferente para cada um em sua luz e onisciência. Há um trecho de meu livro preferido que retrata tudo que falei:
."Todo momento de achar-se é um perder-se a si próprio.'' (Clarice Lispector, A paixão segundo GH)
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