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sábado, 6 de março de 2010

O que há

Volto de cada conversa com meu pai diferente, digo conversa aquela q não quer apenas falar, sim dizer. Ele é um cara q só diz quando está bêbado, é tão introvertido quanto eu. Aliás, mais do que eu, pois sou arredia ao social, já ele gosta de se mostrar através das máscaras.
Hoje, de manhã, eu me surpreendi ao chamá-lo de "pai". Essa palavra me soou tão estranha quanto alemão. Na mesa de uma churrascaria à noite, descobri o porquê de tal estranhamento: ele tambem disse q nunca se sentiu meu pai, mas meu amigo. Talvez, algum confidente em potencial. Além disso, disse-me q gostava de mim não por eu ser sua filha, sim pela pessoa q eu sou, entretanto há uma característica que ele não adimira em mim: vejo a mundo pelo seu lado obscuro, a tragédia, a busca por respostas q não existem.
Então, vi: eu complico demais a vida!
A racionalidade não existe! É algo abstrato, invenção do ser humano. Na natureza existe: água, pedra, fogo, instinto. Nada mais. Aliás, a racionalidade é a evolução do instinto, sua confusão.
Tudo é simples: 1+1 não é 2, é nada! Esse "nada" seria zero? Não, seria as reticências, que por dizer tudo, não dizem nada, que é o mesmo.
O mundo nos revela toda a racionalidade na forma do irracional. Para eu me compreender, eu tenho que me entregar a mim, a quem sou realmente. Difícil? ...
Havia uma sábia velhinha benzedeira, já falecida, em minha terra natal, que dizia: "Pr'a gente viver, a gente gasta tão pouco!" Grande verdade.
Eu não preciso saber quem eu sou: sou.
O q importa é a terra, a água, a pedra e o ar. Ver tudo isso germinar, sentir a perfeição, e por não entender, compreender a magnitude da vida, "ser".
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Meu pai criticou tambem meu gosto literário, segundo ele, Clarice é o cúmulo da depressão, do drama e pessimismo. No fundo, tanto ele quanto ela falam sobre o mundo, só com visões diferentes. Todos nós vemos o ovo, mas o ovo é diferente para cada um em sua luz e onisciência. Há um trecho de meu livro preferido que retrata tudo que falei:
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"Todo momento de achar-se é um perder-se a si próprio.'' (Clarice Lispector, A paixão segundo GH)
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